O que faz a Psicoterapia Fenomenológica Existencial?

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Muitas pessoas que se beneficiariam fazendo psicoterapia não a procuram. Isso se deve, dentre outros motivos, à ausência de um entendimento preciso sobre o que ela significa.

Nesse post, tentarei, de forma breve e objetiva, explicar qual a ação e o objetivo de uma psicoterapia de orientação fenomenológica existencial, como a que realizo.

Em uma frase, diria que a psicoterapia fenomenológica existencial é um “procedimento não técnico que tem como objetivo livrar do sofrimento”. Vejamos o que essa frase tem a nos dizer, parte por parte.

– Procedimento: dizer que a psicoterapia é um procedimento significa que ela é um fazer. É uma prática, e não um discurso. Não é mera “conversa”, como alguns imaginam, mas um exercício cotidiano que conduz a aprendizagens significativas.

– Não técnico: ao trazer o caráter não técnico deste procedimento, a frase nos mostra que a psicoterapia não é uma fórmula que se aplica igualmente a todos os diferentes casos. É, sim, um saber fazer, conquistado pelo profissional por meio de um longo aprendizado composto por leituras, prática supervisionada, cuidados pessoais etc.

– Livrar do sofrimento: esta é a parte mais importante da frase. Em primeiro lugar, precisamos ressaltar que esse “livrar” tem, pelo menos, três significados possíveis:

            – livrar do sofrimento = eliminar comportamentos que fazem sofrer (por exemplo, o comportamento compulsivo em jogos de azar)

            – livrar do sofrimento = eliminar emoções que fazem sofrer (por exemplo, um luto ou uma paixão mal resolvida)

            – livrar do sofrimento = permitir sofrer em liberdade.

Ainda que possa parecer estranho à primeira vista, é justamente a esse terceiro significado que se refere a frase que diz que a psicoterapia é um “procedimento não técnico que tem como objetivo livrar do sofrimento”.

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A palavra “livrar” aparece na frase como relacionada à palavra “liberdade”.

Do ponto de vista fenomenológico existencial, não compreendemos o sofrimento e a dor como erros a serem eliminados, mas como aspectos que dão sentido à vida. Uma rápida ilustração nos mostra como isso pode acontecer.

Imagine uma pessoa apaixonada, de coração partido por um fora que levou da namorada, desabafando com um amigo, e dele ouvindo: “Não sofra por isso, vai passar…”. Cada um de nós que já passou por essa situação sabe que, neste exato momento, a dor se transforma numa espécie de raiva, como se o amigo tivesse sido insensível ao que estamos sentindo. É como se o sujeito apaixonado não quisesse parar de sofrer, e dissesse: “Não faça isso comigo, devolva a minha dor agora!”. Pois é isso mesmo. Ali, a dor, ainda que indesejada e desagradável, é o que dá sentido a seu viver. Ele acorda e dorme pensando nisso. No fundo, o sujeito sabe que “vai passar”, mas não ainda. A vivência daquela dor é necessária ao processo de elaboração de sua perda.

Compreendemos, portanto, o sofrimento e a dor como inerentes à condição humana, e importantes para seu desenrolar saudável. Não desejamos extirpá-los, mas permitir que o sujeito os viva sem que perca sua liberdade.

Porque, às vezes, a dor aprisiona. Então, perdemos o que melhor nos define enquanto humanos: nossa liberdade, ou seja, o fato de sermos responsáveis por nossa própria vida, direcionando-a para onde queremos por meio de escolhas.

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Quando, na correria em que geralmente levamos a vida, não somos mais capazes de escolher, e nos vemos presos a determinadas situações, sem que sequer saibamos o motivo, então a psicoterapia fenomenológica existencial pode mostrar toda sua pertinência, retirando as barras dessa prisão e permitindo que possamos viver (e até sofrer novamente) livres.

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